Cercado de expectativas de todo o mundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega hoje à capital iraniana, Teerã, para tentar mediar um diálogo sobre o polêmico programa nuclear do governo de Mahmoud Ahmadinejad.
Depois de reunir-se ontem com o presidente russo, Dmitri Medvedev, no Kremlin, Lula se declarou confiante de que conseguirá convencer o Irã a voltar `a mesa de negociações.
Indagado sobre quais as chances de um acordo durante sua visita ao país, numa escala de zero a 10, Lula disparou: Eu daria 9,9.
Mais cauteloso, Medvedev considerou que a probabilidade de um acordo durante a visita de Lula é de 30%.
Vou ao Irã com a convicção de que vamos encontrar um acordo disse Lula. Se não encontrarmos acordo, vou para casa feliz porque não fui omisso.
O otimismo do presidente parece indicar que já deve haver alguma coisa positiva negociada com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, como apontam também as mudanças na reação de países como EUA, França e Rússia, que já manifestaram um entendimento de que o governo brasileiro é a última chance do Irã antes que a comunidade internacional aplique sanções ao país.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, antecipou sua ida a Teerã e viajou ontem mesmo à capital iraniana, cancelando a escala que faria junto ao presidente no Qatar para concluir as negociações com o governo iraniano antes da chegada de Lula ao país. Amanhã, o presidente se reunirá com Ahmadinejad, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, e o presidente do parlamento iraniano, Ali Larijani.
A chave de um acordo para solucionar o impasse nuclear é encontrar uma fórmula que permita ao Irã enriquecer urânio a 20% fora de suas fronteiras, em uma operação que a princípio aconteceria sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica.
De acordo com o embaixador iraniano em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, o Irã insiste que a troca de urânio enriquecido a 5% por material a 20% seja simultânea. Se a condição for aceita, afirma Shaterzadeh, o Irã está disposto a negociar o local da operação.
O jornal britânico Financial Times publicou ontem uma reportagem em que critica a ingerência de Lula no Irã. Segundo o veículo, ao tentar mediar um diálogo com Teerã, o Brasil desafia a política externa dos Estados Unidos.
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