terça-feira, 18 de maio de 2010

Venda de caças ao Brasil deixa França anciosa


A França prepara uma última oferta para evitar que mais uma venda de aviões militares escape das suas mãos. Desta vez, porque a eleição presidencial brasileira pode atrapalhar a transação com os caças Rafale.
Após problemas semelhantes em Marrocos e na Ásia, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, lidera a campanha para que o Brasil compre 36 aviões Rafale, num valor estimado de 6,3 bilhões de dólares, como parte de uma corrida global em que os países tentam aumentar seu poderio aéreo.
Sarkozy deve discutir o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, nos intervalos de uma cúpula Europa-América do Sul, em Madri.
Em setembro do ano passado, durante visita ao Brasil, o líder francês chegou a alardear a conclusão iminente do negócio.
"Cada semana que nos leva mais perto da eleição (presidencial brasileira) está nos preocupando um pouco mais", disse uma fonte familiarizada com a proposta francesa.
Alguns especialistas acreditam que o próximo presidente, que toma posse em janeiro, poderia determinar uma pausa nas negociações ou mesmo um reinício do longo processo.
Os caças bimotores Rafale são produzidos pela Dassault Aviation, empresa familiar francesa. Eles competem com o F-18 Super Hornet, da Boeing, também bimotor, e com o monomotor Gripen, da Saab.
O Brasil promete anunciar a escolha até o fim de julho, mas fontes do setor lembram que os prazos já foram descumpridos anteriormente.

"Mesmo que o Rafale seja escolhido e uma negociação (para concluir a venda) comece em poucos dias, não vai acabar antes da transferência de poder", disse uma fonte francesa do setor de aviação.
SOMBRA ELEITORAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstram preferência pelos caças franceses, mas o governo ainda não descartou oficialmente as ofertas da norte-americana Boeing e da sueca Saab. Há relatos de que militares de alta patente teriam preferência pelo modelo sueco.
"Há uma tensão entre a Força Aérea e o governo civil", disse Richard Aboulafia, analista de defesa e assuntos aeroespaciais do Teal Group, em Washington.
"Lula manifestou uma escolha pela transferência de tecnologia e pelas relações industriais com a França e com a Dassault, mas a Força Aérea parece ter outras ideias sobre com o que deseja voar."
Para tornar sua oferta mais atraente, a França promete uma intensa transferência de tecnologia para a Embraer, mas estaria adotando uma postura mais dura com relação a preços.
"Os contatos entre os brasileiros e os franceses progrediram bem a respeito de transferência de tecnologia e manutenção, mas a Dassault não quer cortar preços e o Rafale é o avião mais caro", disse uma fonte francesa do setor aéreo.

A Boeing e a Saab dizem que seus aviões são mais competitivos do que o da Dassault, mas não dão detalhes.
"A Boeing forneceu ao governo brasileiro uma oferta detalhada do Super Hornet, que estamos confiantes que melhor atenda as exigências técnicas e de compensação da concorrência", disse um porta-voz da Boeing. A Dassault e a Saab não quiseram se manifestar.
A concorrência é parte de uma disputa por vantagens estratégicas em uma das regiões com maior crescimento econômico no mundo - e onde Estados Unidos, Rússia e Europa tentam exercer mais influência.
Em janeiro, o porta-aviões norte-americano Carl Vinson foi ao Rio de Janeiro levando caças F-18, e há poucas semanas os governos do Brasil e dos EUA assinaram um acordo de defesa, algo que Brasil e França já haviam feito no ano passado.
Analistas de defesa dizem que os EUA enfrentam algumas barreiras políticas, mas estão determinados em continuarem na disputa. "O Gripen e o Rafale seriam muito mais fáceis para a opinião pública e para os vizinhos do Brasil", disse François Heisbourg, presidente do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
O vencedor também deve obter melhor acesso aos contratos de defesa na América do Sul, e teria uma vitória simbólica antes de uma disputa muito mais importante, pela venda de 126 aviões de combate para a Índia, um dos contratos mais cobiçados no comércio bélico mundial.

Sarkozy determinou que a França, quarto maior exportador mundial, reveja sua postura em negociações armamentistas, depois que sua ex-colônia Marrocos chocou Paris ao comprar caças F-16 da norte-americana Lockheed Martin, em detrimento dos Rafales.

O Brasil e o mercado armamentista


O governo quer estimular a exportação de material bélico, mas ainda precisa superar divergências internas.
Empresas nacionais, entre elas a Embraer, reclamam de dificuldades diante das contrapartidas exigidas nas concorrências internacionais. O governo constatou que faltam políticas para essas compensações, mas diverge sobre a criação de um grupo de trabalho, envolvendo Casa Civil, Itamaraty e Ministério do Desenvolvimento.
Hoje, um evento fechado tentará desatar os nós.

O Brasil e o mercado armamentista

Programa de reaparelhamento da Aviação Naval Argentina


A Armada Republicana Argentina (ARA) estaria emplementando um amplo programa de reaparelhamento que visa a substituição do seu inventário.
Dentre muitas novidades, destaca-se o interesse em adiquirir um lote de 8-12 treinadores avançados AT-63 Pampa navalizados, o modelo possuirá uma nova motorização mais potente, e será empregue em bases em terra para o treinamneto dos pilotos navais.

O plano prevê a aquisição de 6 aeronaves Super Etendard da Marinha francesa e a modernização dos 11 de seus caças elevando-os ao padrão Super Etendard Modernisé da Marinha Francesa.

Encontra-se em estudos a possibilidade de substituir as aeronaves Fokker F28 por 15 aeronaves EADS CASA- C 295 que cumprirão as funções de transporte na ARA, FAA e Exército Argentino.

O programa também avalia a possibilidade de aquisição de masi 6 aeronaves AS 555 SN (Fennec Bi turbina) que substituirão os helicópteros Alouette III.

Processo de modernização de caças da FAB FX-2 pode contribuir com o avanço da industria nacional

Em 1998, a Força Aérea Brasileira iniciou o programa FX-2 para substituir os aviões Mirage e F-5, da década de 1970, e o AMX, dos anos 1990. A polêmica se instalou quando, no ano passado, o presidente Lula declarou que o Brasil havia decidido comprar o caça Rafale, da França, em razão da promessa de “transferência irrestrita” de tecnologia para o país. Mas como, de fato, acontece a transferência de tecnologia de um país para o outro e qual a importância desses processos para a indústria nacional? Mais do que obter uma máquina de guerra, o programa FX-2 foca na autonomia para a fabricação de um avião moderno e que deve levar a reboque a renovação e melhoria de diversos setores da economia e da pesquisa nacional. O conceito chave que definirá a escolha desses aviões de caça é a chamada TT, sigla para transferência de tecnologia. O processo de TT é garantia de que o investimento feito para um cenário hipotético de guerra se transforme em um projeto de modernização na área de pesquisa e desenvolvimento, paralelamente à capacitação de diversos setores industriais do país que poderão, em alguns anos, voar alto no cenário global.

As FARC aproveitão da fragilidade de nossas fronteiras


Comandante Militar da Amazônia
Para o comandante militar da Amazônia, general Luís Carlos Gomes Mattos, o Estado brasileiro precisa investir mais na vigilância das fronteiras na Amazônia. Encarregado de comandar os 26 mil homens do Exército que têm a incumbência de proteger a soberania do Brasil na maior floresta tropical do planeta, o militar admite que guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) entram com frequência no território nacional, mas afirma não ver sinais de que a guerrilha colombiana tenha planos de se estabelecer no País.
“As Farc aproveitam a fragilidade que existe na nossa fronteira para se abastecer, para fazer tráfico de drogas”, afirma o general.
Hoje, nos cinco batalhões situados mais próximos da zona fronteiriça, o Exército possui 4.500 militares em atividade. Desses, apenas 1.680 atuam na linha de frente, distribuídos em 28 pelotões de fronteira.
Há planos para dobrar esse efetivo, mas o comandante avisa que não é para já. A seguir, os principais trechos da entrevista que ele concedeu ao Estado no sábado, ao chegar de uma visita de cinco dias aos postos do Exército na fronteira.

Russia vende para a Siria aviões de combate e sistemas de defesa anti-aerea

A Rússia está fornecendo para Síria aeronaves de combate, veículos blindados e sistemas de defesa aérea através de contratos já existentes, segundo a agência de notícias ITAR-Tass informou após receber a informação do chefe militar da Rússia.
Mikhail Dmitriyev, chefe do Serviço Federal para Cooperação Técnica-Militar, disse que a Rússia vendeu para Síria caças MiG-29, sistemas de defesa aérea de curto alcance Pantsir S1 e veículos blindados. O negócio pode alcançar o valor de US$ 1 bilhão.
Não foram passados maiores detalhes sobre essa transação.
O Presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, na semana passada fez sua primeira visita de um chefe de estado da Rússia na Síria, onde ele disse que o uso de energia nuclear ” pode ter uma segunda chance” na Síria – uma informação que imediatamente preocupou os EUA.
A venda de armas russas e uma possível cooperação nuclear com a Síria, a qual tem relações estreitas com o Irã, está deixando Israel e os Estados Unidos em estado de alerta, os quais no começo desse mês renovaram as sanções à Síria por mais um ano, acusando o país de apoiar grupos “terroristas”.
A Rússia também está em negociação para fornecer para a Turquia, um dos países membros da OTAN, o qual o presidente Medvedev também visitou na semana passada, com sistemas de defesa aérea e helicópteros, disse Dmitriyev.